Webinário “Mulher Protagonista da Própria Vida” reúne autoridades de diversos estados do Brasil
Agenda visa o reconhecimento e a valorização de quem é imprescindível para a existência humana e construção da sociedade.
A Escola do Poder Judiciário do Acre (Esjud) promoveu nessa quinta-feira (24) o Webinário “Mulher Protagonista da Própria Vida”. O evento foi abrilhantado pela ministra Delaíde Arantes (TST) e pela juíza de Direito Antônia Faleiros (TJBA), ambas facilitadoras.
Bastante elogiada e conduzida pela diretora do Órgão de Ensino, desembargadora Regina Ferrari, a atividade teve as presenças da presidente da Associação dos Magistrados do Acre (Asmac), juíza de Direito Maria Rosinete, da juíza de Direito Evelin Bueno (mediadora do encontro), além de outras autoridades e representantes de diversas instituições.
“Buscamos com esta agenda o reconhecimento e a valorização de quem é imprescindível para a existência humana e construção da sociedade. Este encontro é a demonstração de que podemos fazer muito mais quando estendemos as mãos. O protagonismo das mulheres perpassa pelo aperfeiçoamento de ações institucionais, adoção de políticas públicas e pela voz uníssona destinada ao encorajamento das que temem e pelo acolhimento de tantas vítimas”, ressaltou Regina Ferrari.
Ao elogiar as convidadas especiais e também a desembargadora Eva Evangelista por seu trabalho à frente da Coordenadoria das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv), a diretora da Esjud revelou qual o seu sonho: “Um Brasil e um Acre onde ser mulher não represente um desafio, um fardo, um empecilho; um lugar onde a mulher não seja silenciada pela violência, aprisionada pela opressão, discriminada por suas escolhas, marginalizada pela falta de oportunidades”.
“Há pessoas que vão muito além da competência, porque nos inspiram a lutar por um mundo melhor”, enalteceu o juiz de Direito Giordane Dourado, coordenador científico da Esjud.
Diálogos
As ilustres facilitadoras descortinaram um verdadeiro painel sobre a situação da mulher no País. Mais do que palestras temáticas, todavia, promoveram reflexões sobre experiências pessoais e de trabalho. Ou seja, relataram que elas próprias enfrentaram diversos obstáculos para se autoafirmarem profissionalmente e como mulheres de seu tempo.
“A mulher contemporânea no Brasil ainda vive uma perspectiva de profunda desigualdade social e econômica”, alertou Delaíde Arantes. A ministra do TST considerou que o cenário brasileiro é marcado por uma cultura “machista, racista, medieval, na qual as mulheres são subjugadas, enfrentam maior desemprego, ganham menos e ainda costumam sofrer assédio sexual e moral”.
“A mulher tem de ser senhora do seu corpo e do modo de pensar”, frisou Antônia Faleiros, acerca da condição indispensável para que o protagonismo se torne uma realidade. Ainda de acordo com a juíza de Direito, no padrão mental vigente, que precisa ser transformado, é atribuída ao macho (branco) a referência de coragem, sucesso e exercício de poder”.